quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Questionamentos inusitados

A constatação de que fugia do espelho nos últimos anos veio somente agora, com as primeiras vitórias no processo de emagrecimento. Acabei traindo-me quando olhei somente para fora.


A visão é, sem dúvida, o sentido mais ativo do ser humano e ela nos leva “ao outro”, “ao externo” e nunca a nós mesmos, mas o espelho nos proporciona esse reencontro... Porém, somos movidos pela emoção, e esta, nos afasta da realidade. Enxergamos somente o que o nosso coração quer!

Talvez a melhor palavra que defina este paradigma seja “ilusionismo”. Não é à toa que milhares de pessoas sobrevivem deste ofício e outros tantos de “vender” sua aparência.

Essa massificação eu recuso, apesar da controvérsia. Confesso que não aceito o fato de me submeter a tal “ditadura da beleza”, mas, é fato que meu caso já ultrapassou o bom senso e a saúde é uma prioridade maior. Ou será esta apenas uma racionalização do conflito: emagrecimento x aceitação. Talvez...

Cabe aqui mais uma justa citação de um dos meus livros prediletos:

Pensar é transgredir

“Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto... Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência.

Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondemos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história.

O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. “

Encerro esclarecendo que apenas exponho nesta página anseios que carrego no peito... é uma forma de renovar o pacto feito comigo mesma. Fico feliz com sua visita e torço para que consigamos alcançar nossas metas!

Bjos...

Fonte: Pensar é transgredir/ Lya Luft.- 12ª. Edição – Rio de Janeiro – Editora Record, 2005.

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