quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Afirmando-se com ternura

Em sentido literal, afirmar-se é declarar com firmeza, assegurar que uma coisa é verdadeira, manifestar seus princípios, sua personalidade. Para a psicanálise significa agir ou reagir de modo a livrar-se de um complexo.


Na busca do conhecimento de si mesmo, o homem se impõe na atualidade como um ser imbatível, não sujeito a erros, tropeços e muito menos passível de admitir os altos e baixos da vida.

Essa afirmativa nos leva ao conceito difundido pessoa bem sucedida, visivelmente defendido pela maioria, que, por vezes, deseja se enquadrar no “modelo ideal”.

Aceitar, conviver, desejar... somente aqueles que conseguem se manter “revestidos” dessa armadura! Eis aqui uma das maiores fontes de frustrações humanas: esperamos do outro o que ele não é, visto que acreditamos no que ele aparenta ser!

O “forte” nem sempre é aquele que se reveste dessa armadura e caminha batendo no peito que pode lutar destemidamente! Esse modelo idealizado é pura utopia da alma, hodiernamente defendido pelas indústrias modernas gerando extrema frustração.

Precisamos alcançar tranqüilidade e sabedoria de tal forma a não olharmos aquele que se admite falho e humano com tantas ressalvas.

Observando criteriosamente o outro, enxergamos milhares de pessoas se destacando. Lamentavelmente “invisíveis” aos olhos da nossa sociedade por não figurarem em listas de “elencos influentes”.

Almas lutadoras, vitoriosas e mentes brilhantes. Belíssimos exemplos de vida...
As grandes vitórias também trilham os caminhos silenciosos da redenção da alma!
O ser humano está superficial...Essa retórica é tão comumente pregada que já não causa espanto.

Não desejo repetir discursos vazios sem ir a lugar algum. Objetivo a reflexão constante. Encaminho ao íntimo as indagações propostas: Como enxergo o ser humano que circula em meu meio? Valorizo seus limites? Sou capaz de ouví-lo, entendê-lo e respeitá-lo? Ou apenas multiplico o modelo pregado?
Felizmente, considero-me ‘alma sonhadora’ que busca olhar as coisas com a singeleza da vida e repassar adiante minha postura.

Posto aqui um e-mail enviado a um querido amigo com a citaçao de um trecho de O pequeno príncipe, Antonie de Saint-Exupéry:

Assunto: Um pouco de ternura para o seu dia



"...as pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?" Mas perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo....As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas,e é cansativo para as crianças estar toda hora explicando..”



Quero lembrar-te que temos um coração de criança escondido no peito. Alimente-se do seu, sempre que preciso for!!!

Cuide-se!!!

Estendo os votos a todos que por aqui passarem...

Bjoss

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